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Chega de música. Chega de letras incompreendidas.

Mas quem sou eu, um vazio que escreve.

Um vazio que nunca aqui esteve para Ti, um vazio que esteve sempre com a cabeça noutro lado pelo ponto de vista mais cruel e injusto, o meu vazio apenas cumpria formalidades contigo, um mero porta-chaves!

Diz-me., quem sou eu? Será que realmente me conheces, alguma vez me conheceste? Talvez me conheceste no início de uma história de amor... Depois,

Sou um vazio, sou um nada! Uma pessoa sem carácter e opinião, moldado por todos os lados menos pelo meu lado, lado que já não existe..

E quem sou eu, que me perdi no meio deste turbilhão de emoções, de jogos, de carinhos, de lamentações?

Eu não sou nada... Fiquei sem me sentir, se me perguntares quem sou o que gosto de fazer?

Não sei, já não sei, não consigo responder... Triste chegar a este ponto, não há mais sentido, tanto sobe como desce é-me igual, aqui ou ali já não quero saber, não consigo saber...

Como posso ser alguém se deixei o meu ser para me dedicar a outro que não eu?
E apesar de quando Te dizia isto, tentares soltar meia dúzia de palavras de como era derrotista e que teria que me erguer para singrar na vida (o que é a vida, qual a realidade de toda esta merda?), de vires com discursos triunfistas,

na verdade, a tua inteligência esteve lá para me humilhar, para me tirar a razão, para mudar o meu ser, sim Tu sabes que é verdade...

Mas pergunto, como me posso eu erguer se dentro deste corpo já não habita ninguém?

E porquê isto? Acho que já não consigo mais encontrar a essência, não gosto de mim, nem dos meus amigos, nem de quem não tem olhos para ver o quanto me dediquei, o quanto perdi de mim... porque sim, estás comigo há três anos e vês, sabes e sentes que não há mais ninguém neste corpo...

E a única coisa que fazes agora, agora que já sugaste tudo o que tinhas que sugar, agora que já cresceste (não devido a mim pois eu nunca cá estive),

agora só abandonas e segues o teu caminho brilhante e prometedor!!

Porque Tu delineaste os teus objectivos, traçaste as tuas metas, não importa o meio, quem lá está vai para a valeta, porque tu levas toda a força do rei na barriga, e lá no fundo eu tornei-me tu, sei como pensas, e achas-te MESMO a dona da razão, SEMPRE.

Preciso que me apareça algo que me faça acreditar de verdade e que me dê força, força para tentar encontrar e criar uma alma dentro do meu corpo, mas esse algo não aparece...

Não há mais eu. Já cá não moro.


E quem diria que tudo começou na mais bonita história de amor...